Continuem!
domingo, agosto 31, 2003
Continuem!
sábado, agosto 30, 2003
quinta-feira, agosto 28, 2003
A resposta é relativamente simples. A rota do Cabo nunca nos deu lucro comparável às toneladas de ouro e prata que chegavam a Sevilha. Diria mais, esta rota nunca foi verdadeiramente lucrativa. O Rei D. Manuel viveu aquilo a que nós chamaríamos uma situação de falência técnica. O endividamento, para financiar as armadas para a Índia, atingiu proporções calamitosas, já que as especiarias eram trocadas por metais nobres, tecidos e produtos manufacturados, que tínhamos de adquirir em Antuérpia. Nunca foi lá chegar e trazer, como aconteceu com os metais preciosos em Espanha. As tentativas portuguesas de estabelecer o monopólio das especiarias nunca foram conseguidas. Mesmo no período de Afonso de Albuquerque, o negócio escapava-se-nos por Adém. Se aliarmos a tudo isto o tempo da viagem (2 anos - ida e volta) e os naufrágios, que aconteciam frequentemente neste longuíssimo trajecto, teremos uma noção de que sob a aparência da riqueza potencial, o dinheiro não sobejava para grande património monumental.
O que têm de atractivo as diversas teorias da conspiração é que todas as peças parecem encaixar perfeitamente no intricado puzzle e as interrogações que interiormente colocamos perante o desconhecido, obtêm, nestas teorias, uma resposta quase sempre satisfatória.
Dão-se alvíssaras a quem tenha pachorra para ler aquilo...
quarta-feira, agosto 27, 2003
O resultado está à vista. Não só é evidente que o arranque é custoso, como, alguns, pura e simplesmente abandonaram ou suspenderam a sua actividade.
O Pedro Boucherie Mendes perdeu uma oportunidade de ouro de ter saído em glória, quando, no seu apogeu, manifestou essa vontade. Arrastado por Pacheco Pereira, o Pedro Mendes continuou, entrando em polémicas gratuitas, desbaratando o crédito acumulado... O Pedro Lomba conseguiu voos mais altos. Para que continuar a escrever num simples blogue, quando tem uma coluna do DN à disposição? O Pedro Mexia (três Pedros!??), mantém-se em estado letárgico...
Após o deslumbre inicial, a saturação é visível. A massificação também contribui para o desânimo. Os pioneiros, por muito que afirmem apreciar a dinâmica presente, sentem que perderam relevo no seio da voragem.
terça-feira, agosto 26, 2003
Depois critica a leviandade das opiniões. É evidente que abundam as opiniões levianas, como abundam nas nossas conversas quotidianas. Se existem jornais tablóides, em que as opiniões valem o que valem, porque nos havemos de preocupar com as opiniões levianas dos blogues? Um blogue não é nenhuma instituição de utilidade pública, é aquilo que o seu autor quer que seja. Aqui é que reside a virtude dos blogues.
Existem muitas opiniões que não interessam? É claro que existem! No entanto, há quem goste e quem não goste. Quem não gosta tem a liberdade de evitar. Por isso é que fazemos uma selecção. É por essa razão que a maioria dos blogues gosta de ostentar os seus links preferidos, supostamente porque são os blogues apreciados e lidos com regularidade.
Gostei do que li. O tom empregue não dista muito do que se usa por aqui. Apenas a lamentar que o seu silêncio tenha sido tão abrupto quanto o seu aparecimento. Três dias na blogosfera são muito poucos, mesmo tendo em conta o síndroma do tempo blogosférico. Já falei que aqui as semanas parecem anos e o envelhecimento prematuro é um facto incontestável. Mas, mesmo assim, três singelos dias são muito poucos... Desejo que a interrupção esteja apenas relacionada com as férias, pois não quero acreditar que o fôlego se tenha esgotado tão rapidamente.
Espero que não estejamos na presença de mais um fogo fátuo. Este, gostava de ver brilhar durante mais tempo.
segunda-feira, agosto 25, 2003
"A Internet está esmagadoramente dominada pela direita, nos blogs portugueses.
Se quer contribuir para a resistência da esquerda veja e dê conhecimento aos seus amigos de críticas contra a direita, sem censura em www.antidireitaportuguesa.blogspot.com (textos) e
www.antiescravatura.blogger.com.br (fotocrítica e textos)."
domingo, agosto 24, 2003
Partilho em absoluto da estranheza de Pacheco Pereira em não haver praticamente referências à FNAC do Colombo. Esta é daquelas coisas que sempre me intrigou. Sempre que visito Lisboa sou conduzido, por familiares e amigos (com manifesta contrariedade da minha parte), à FNAC do Chiado. Inicialmente pensei que era por uma questão de acessibilidade. Deslocando-me de Metro, como grande parte da juventude lisboeta, a FNAC fica mesmo à porta da estação. Esta explicação, porém, não é totalmente satisfatória, pois o Metro também não fica distante do Colombo. Assim, há que encontrar outras razões, usando linguagem da moda, que expliquem o facto de um estar 'in' e outro estar 'out'. Excluindo o recheio, pois, como Pacheco Pereira, considero que a FNAC do Colombo é muito superior à do Chiado, a única explicação plausível que me surge é que o Chiado fica mesmo a dois passos do Bairro Alto, local de convívio por excelência da juventude lisboeta. A FNAC funciona como ponto de partida para este outro espaço.
Como provinciano confesso, que ainda admira os grandes centros comerciais, prefiro a FNAC do Colombo.
É curioso que no Porto passa-se exactamente o inverso. A FNAC do Norte Shopping é muito mais frequentada que a da Rua Stª Catarina.
Gostaria que os habituais frequentadores do Chiado se pronunciassem sobre as obscuras razões da sua preferência.
Neste meio, em que formigam os neoliberais, supostamente chiques e bem pensantes, é sempre agradável ler algo que revele a insustentável leveza do ser de tais criaturas.
Gostei particularmente do último post, intitulado "Pátria", que demonstra a dificuldade que esta nossa direita tem em conciliar o seu nacionalismo com o medíocre 'povinho' português, frequentemente apodado com adjectivos em que o 'grunho' é o mais lisonjeiro que poderemos encontrar.
sexta-feira, agosto 22, 2003
Mesmo assim, na voragem e no amálgama, é impressionante como alguns (novos) conseguem sobressair e chamar, de alguma forma, a atenção. Destaco, o blogue cristovao-de-moura de Paulo Varela Gomes. Desde logo, o título é impossível passar despercebido. Cristóvão de Moura é o traidor, o anti-herói por excelência. Quem visita Figueira de Castelo Rodrigo, não pode deixar de se impressionar com as ruínas do palácio do "traidor". É daquelas coisas que ficam impressas na memória de qualquer turista de fim-de-semana.
Se o título nos atrai, o conteúdo não desmerece. Quando pensava que este reino estava entregue ao Abrupto (é o buraco negro que faz girar o turbilhão), eis que sou surpreendido com um discurso desassombrado, interessante e a roçar o politicamente incorrecto (agora também está na moda). Sem dúvida que continuarei a acompanhar esta centelha, enquanto que ela se mantiver à superfície.
sexta-feira, agosto 15, 2003
Já em tempos andei aqui às voltas com a identidade do autor do Pipi, na época áurea desse blogue. Constato agora, com alguma infelicidade, que este blogue entrou na sua fase rococó, ou flamejante. Ou seja, a degenerescência criativa é visível e, na tentativa de o esconder, é substituída por excessos que têm como única virtualidade a manutenção de uma audiência cada vez mais boçal.
Que pena! :-(
Aproveitei para me embrenhar na leitura, não nas áridas leituras que o Jaquinzinhos recomendou (que, no entanto, agradeço), mas nos grandes clássicos da literatura. Como disse Proust (agora tão na moda) 'a leitura é uma conversa com pessoas muito mais instruídas e interessantes do que aquelas que podemos ter à nossa volta' e, desta forma, se existe algo que verdadeiramente valha a pena é perder tempo com ela.
Aproveitei para fazer uma rápida passagem por alguns blogues. Constatei, até com algum agrado, que muitos fizeram o mesmo que eu. Encerraram portas para usufruir de algum descanso. Tenho alguma curiosidade em saber se todos vão regressar com a mesma vontade...