quinta-feira, julho 22, 2004

GOVERNO - Devo dizer que sentimentos contraditórios me assolam relativamente ao novo Governo da república.
Todo este revoltear estonteante que levou à formação e tomada de posse do novo Governo, em que até os ministros e secretários de Estado são apanhados desprevenidos, veja-se o que aconteceu com Paulo Portas e os 'Assuntos do Mar' e a secretária de Estado Teresa Caeiro que, anunciada na Defesa, foi parar à Cultura - como se as áreas fossem muito próximas - é sintomático daquilo que nos pode aguardar.
Santana Lopes teve o mérito de formar um Governo em tempo recorde, com nomes credíveis. Este mérito deve-lhe ser reconhecido e o chorrilho de críticas que choveu a cada nome anunciado afigurava-se-me algo injusto, tendo em conta as condições dificílimas em que ele teve que tomar decisões. Contudo, é do domínio do impensável a sensação do improviso que impera perante as alterações de última hora. Alterações essas que, no último caso, levou ao atraso da cerimónia de posse, porque um dos titulares mudou de pasta à hora anunciada para a cerimónia.
Santana Lopes, nestes arranjos em cima do joelho, dá argumentos a todos aqueles inimigos de estimação que sempre auguraram calamidades infindas, caso ele chegasse ao poder. O mais curioso, é que as críticas mais severas, radicais e sistemáticas provêm da sua área partidária. Veja-se o caso de Pacheco Pereira e de Marcelo Rebelo de Sousa. O primeiro parece que vai dedicar, quase em regime de exclusividade, os tempos mais próximos ao combate do santanismo. O último, demolidor como nunca, a saborear uma vingança implacável sobre o seu mal-amado companheiro de partido.
Como disse lá para trás, animação não vai faltar para os tempos vindouros.

terça-feira, julho 20, 2004

EXPO - A 'Expo 98' foi daqueles enormes investimentos num evento que muita contestação mereceu na altura. Reivindicavam-se outras prioridades.
As críticas, apesar da derrapagem orçamental, desceram de tom perante a óbvia transformação da zona. Aquilo que era um autêntico pardieiro, virou uma zona extremamente agradável, com espaços arquitectónicos de qualidade. A zona prometia crescer de forma controlada, dentro dos padrões de qualidade originais.
Durante algum tempo foi assim...
Esta era a imagem idílica que tinha deste espaço.
Fiquei chocado quando há dias lá passei e deparei com a construção desenfreada, de qualidade sofrível. Os espaços verdes praticamente desapareceram. Aquilo que parecia ser a menina dos olhos da Grande Lisboa, está a tornar-se, de forma avassaladora, numa selva de betão.
Fiquei triste! Mais uma vez este país não consegue preservar aquilo que tem de bom :(

sexta-feira, julho 09, 2004

REVOLTEAR (2) - O Presidente voltou à primeira opção que aqui tinha referido: “nomear Santana Lopes para primeiro-ministro, com algumas admoestações politicamente correctas pelo meio, para salvaguardar alguma dignidade...”
Reforçou esta atitude com várias ameaças patéticas, caso o novo Governo se afaste do “bom caminho”.
Não se compreende tanta ponderação para esta decisão tão pouco temerária!

quarta-feira, julho 07, 2004

REVOLTEAR - Estava convencido que o Presidente da República iria nomear Santana Lopes para primeiro-ministro, com algumas admoestações politicamente correctas pelo meio, para salvaguardar alguma dignidade...
Porém, Santana Lopes e Paulo Portas parece que se conluiaram para que o Presidente não tivesse outra alternativa que não a de convocar eleições antecipadas. A pressão desastrosa que ambos exerceram sobre o Presidente – um falando como se já fosse primeiro-ministro, outro repescando frases do presidente Sampaio, numa tentativa pouco inteligente de o condicionar na sua escolha – tornaram esta questão bem mais incómoda do que seria previsível. E se à partida, Sampaio poderia dar continuidade a um governo da actual maioria, sem grande alvoroço, mesmo por parte da oposição, que esboçava sem grande convicção o desejo de novas eleições. Agora, Jorge Sampaio tem uma margem de manobra muito estreita, se não quer perder totalmente a face.
Depois das insinuações das garantias dadas a Durão Barroso, continuadas com esta estulta pressão de quem à partida se deveria manter mais sereno, para não espantar a caça, resta ao presidente uma única saída airosa...

segunda-feira, julho 05, 2004

ACABOU A FESTA - Acabou a festa do futebol. Agora, já podemos tratar da política!

sábado, julho 03, 2004

DESINFORMAÇÃO - Afinal, parece que Manuela Ferreira Leite não pediu desculpa, nem votou a favor de Santana Lopes...
Cavaco Silva nega terminantemente ter dado qualquer aval a Santana Lopes.

Quem tentou fazer acreditar no contrário?

Ou, para sermos mais conspirativos, quem está a desacreditar Santana?

sexta-feira, julho 02, 2004

SANTANA - Santana Lopes foi eleito presidente do PSD. Tudo indica que vai ascender, inexoravelmente, ao cargo de primeiro-ministro... Até a “tesa” Manuela Ferreira Leite se rendeu, desculpou-se e acabou por votar favoravelmente em Santana, o que é muito mau sinal.
Santana e as “santanetes” estão para chegar com animação prometida. Isto, a juntar à euforia do Euro 2004, poderá trazer a Portugal o suplemento anímico, tão necessário, que permita contornar a depressão e a crise de confiança em que o país se encontrava.
A visão menos luminosa é, no futuro próximo, vermos o país à imagem de Lisboa. Um país polvilhado de anúncios e promessas, entaipado para coisa nenhuma.

quinta-feira, julho 01, 2004

ANESTESIA - Em tempo de grande indefenição política, não há nada como as vitórias da selecção portuguesa para anestesiar o país...
Venha grande mal e dor que os portugueses não sentirão.