quarta-feira, julho 07, 2004

REVOLTEAR - Estava convencido que o Presidente da República iria nomear Santana Lopes para primeiro-ministro, com algumas admoestações politicamente correctas pelo meio, para salvaguardar alguma dignidade...
Porém, Santana Lopes e Paulo Portas parece que se conluiaram para que o Presidente não tivesse outra alternativa que não a de convocar eleições antecipadas. A pressão desastrosa que ambos exerceram sobre o Presidente – um falando como se já fosse primeiro-ministro, outro repescando frases do presidente Sampaio, numa tentativa pouco inteligente de o condicionar na sua escolha – tornaram esta questão bem mais incómoda do que seria previsível. E se à partida, Sampaio poderia dar continuidade a um governo da actual maioria, sem grande alvoroço, mesmo por parte da oposição, que esboçava sem grande convicção o desejo de novas eleições. Agora, Jorge Sampaio tem uma margem de manobra muito estreita, se não quer perder totalmente a face.
Depois das insinuações das garantias dadas a Durão Barroso, continuadas com esta estulta pressão de quem à partida se deveria manter mais sereno, para não espantar a caça, resta ao presidente uma única saída airosa...