SETEMBRO: Estamos a aproximar-nos do 11 de Setembro. Espero que este ano não se caia na pindérica discussão sobre qual a efeméride mais importante nesta data, os atentados na América ou a morte de Allende.
Setembro já foi nome de organização terrorista (Setembro Negro) e continua a ser um mês fatídico, como vimos agora na Ossétia do Norte.
A propósito do horror que se passou nesta república russa, que não encontro palavras para descrever, já que as vítimas foram na sua maioria crianças para quem os terroristas não tiveram qualquer sentimento de humanidade, noto que todo este trágico acontecimento passou pela blogosfera apenas com algumas referências de circunstância, a contrastar com o ‘buá’ que se fez no 11 de Março, ou mesmo a propósito da efeméride do 11 de Setembro.
Estranho o silêncio dos arautos da luta antiterrorista!?
Eu sei que a maioria das pessoas não sabe localizar no mapa a Ossétia do Norte, e o que está longe da vista está longe do coração, mas se tivesse de eleger o ataque terrorista mais
hediondo (e aqui emprego com propriedade esta palavra já gasta com tanto uso) da actualidade, certamente nomeava este. Não só pelo número de vítimas, mas pela qualidade das vítimas...
CRIANÇAS!
Que causa pode defender de forma tão meticulosamente premeditada um ataque a uma Escola num dia festivo e fazer reféns várias centenas de crianças, sabendo de antemão que estas seriam as principais vítimas de toda a operação?
Os relatos dos sobreviventes adensam a crueza e o sofrimento das vítimas durante o sequestro...
É lamentável assistir que neste espaço, sempre tão propenso a comentar a actualidade, se continuem a debitar poemas e outras futilidades sem fim, sem a mínima referência aquilo que se passou, como se já não existisse capacidade de indignação, solidariedade ou, simplesmente, humanidade.