segunda-feira, setembro 20, 2004

INCONSEQUÊNCIA: Santana Lopes continua a marcar a agenda informativa, com anúncios bombásticos e mirabolantes. O último foi a possibilidade de extinção da refinaria de Leça.
Para o público mais avisado, essa notícia fez apenas esboçar um sorriso ('Lá está o Santana'), sem merecer grande respeito e verosimilhança a possibilidade do país se dar ao luxo de dispensar ou transladar, nesta época de grande aperto financeiro, uma infra-estrutura económica daquela grandeza. Mas o que é facto, é que o isco, lançado para o ar como quem não quer a coisa, pegou mais uma vez de estaca na nossa imprensa, sempre ávida de apanhar os engodos que o agora primeiro-ministro se diverte a lançar.
Santana Lopes, populista congénito, nunca aspirou impressionar aqueles que revelam algum discernimento. Esses sempre o rotularam de inconsequente e olham para tudo isto como apenas mais uma confirmação dessa etiqueta.
Só que a abundância de disparates é tanta, que Santana, pelo abuso e persistência, arrisca-se a convencer os espíritos menos críticos e atentos da sua inconsequência. Aí o populista arrisca-se a ouvir o riso do povo, fazer parte daquelas anedotas que florescem espontaneamente na chacota de café. Ao não ser levado a sério pelas massas, a carreira política aproximar-se-á rapidamente do fim.
Para já, vale a acção do ministro Bagão Félix, sem dúvida a grande estrela deste governo. Este ministro funciona como uma espécie de bissectriz de todos os zig-zags do chefe de Governo. Mas até quando é possível segurar nas rédeas de tamanha criatura sem freio?