”MISÉRIA”: O título de hoje deve-se à excelente crónica de Vasco Pulido Valente no “Diário de Notícias”, de leitura obrigatória.
Aqui, na blogosfera, há quem mostre uma alegre galhofeira com a repulsa que muitos (felizmente) demonstraram relativamente às imagens das sevícias dos soldados norte-americanos aos prisioneiros iraquianos.
Tentaram relativizar as imagens que nos iam chegando de todas as formas possíveis e imaginárias. Primeiro dizendo que estas se deviam apenas a um punhado de soldados; depois comparando estas com aquilo que se terá passado nas prisões militares portugueses, nos anos quentes da revolução; lembraram-nos ainda que ninguém fala do que se passa na Tchechénia, no Sudão, etc.
A última pérola desta alegre relativização veio de um 'marinheiro' do “Mar Salgado” que considera natural que os soldados se façam fotografar todos sorridentes junto de um troféu que não é mais que um cadáver iraquiano. É tudo tão natural, afinal à velha maneira colonial em que os brancos se faziam fotografar junto à carcaça do animal abatido, ou junto do indígena mais exótico, também os pobres soldados americanos têm de trazer recordações da sua muito nobre missão pela paz e contra o terrorismo...
O que este alegre povinho não compreende é que contrariamente ao que se passa na Tchechénia, no Sudão e outros locais afins, fomos para o Iraque em nome de valores civilizacionais. Se no Iraque não estavam as armas de destruição maciça, que foram o motivo da intervenção, sobrava ainda como justificação o facto de se ter acabado com uma tirania brutal, a vontade de restabelecer algo parecido com um regime democrático na região e, acima de tudo, mostrar como é diferente a hierarquia dos valores do Ocidente na defesa da vida e dignidade da pessoa humana. Mas, o que poderia restar de nobre, nesta intervenção, foi completamente desbaratado por estas horríveis imagens que teimam em surgir em versões cada vez mais escabrosas e chocantes.
Era suposto mostrar-mos como somos diferentes e não como somos tão iguais!
Aqui, na blogosfera, há quem mostre uma alegre galhofeira com a repulsa que muitos (felizmente) demonstraram relativamente às imagens das sevícias dos soldados norte-americanos aos prisioneiros iraquianos.
Tentaram relativizar as imagens que nos iam chegando de todas as formas possíveis e imaginárias. Primeiro dizendo que estas se deviam apenas a um punhado de soldados; depois comparando estas com aquilo que se terá passado nas prisões militares portugueses, nos anos quentes da revolução; lembraram-nos ainda que ninguém fala do que se passa na Tchechénia, no Sudão, etc.
A última pérola desta alegre relativização veio de um 'marinheiro' do “Mar Salgado” que considera natural que os soldados se façam fotografar todos sorridentes junto de um troféu que não é mais que um cadáver iraquiano. É tudo tão natural, afinal à velha maneira colonial em que os brancos se faziam fotografar junto à carcaça do animal abatido, ou junto do indígena mais exótico, também os pobres soldados americanos têm de trazer recordações da sua muito nobre missão pela paz e contra o terrorismo...
O que este alegre povinho não compreende é que contrariamente ao que se passa na Tchechénia, no Sudão e outros locais afins, fomos para o Iraque em nome de valores civilizacionais. Se no Iraque não estavam as armas de destruição maciça, que foram o motivo da intervenção, sobrava ainda como justificação o facto de se ter acabado com uma tirania brutal, a vontade de restabelecer algo parecido com um regime democrático na região e, acima de tudo, mostrar como é diferente a hierarquia dos valores do Ocidente na defesa da vida e dignidade da pessoa humana. Mas, o que poderia restar de nobre, nesta intervenção, foi completamente desbaratado por estas horríveis imagens que teimam em surgir em versões cada vez mais escabrosas e chocantes.
Era suposto mostrar-mos como somos diferentes e não como somos tão iguais!
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