terça-feira, novembro 25, 2003

RABO AO LÉU: No "DN" de hoje, João Miguel Tavares e Pedro Lomba, dois jovens da geração "rabo ao léu", vêm agora provar ao mundo como singraram na vida e como a triste fatalidade preconizada para a sua geração não se concretizou. Pelo caminho deixam cair a sua pretensa superioridade sobre esta dos "cadeados". O que mais me impressiona nestes jovens colunistas do "DN" é a postura inchada com que falam dos outros, a vitimização e o tom heróico com que falam de um passado recente que, bem vistas as coisas, em pouco ou nada difere do actual.

Leiam só isto:

"Eu ainda assisti a aulas onde no Inverno chovia em cima das mesas; ainda aturei secretarias onde a incompetência e a prepotência eram as palavras de ordem; ainda tive de dormir em quartos bafientos devido à inexistência de residências; ainda vi e sofri praxes que eram actos de pura humilhação dos mais fracos; ainda digeri refeições que causavam síncopes nas minhas papilas gustativas; ainda aturei professores que eram museus intelectuais itinerantes, expondo incessantemente os três livros que leram na década de 60".

O jovem parece um ancião de 90 anos a falar!

Sempre me causou alguma impressão tanto a "geração rasca" como a actual "geração mimada". Não pela irreverência, mas pelo manifesto mau gosto, pela arrogância e pela irresponsabilidade.