sexta-feira, fevereiro 29, 2008

INÉPCIA: Sente-se um mal-estar no país, que só este governo e os seus sectários partidários ignoram, num desprezo que certamente lhes sairá caro. Este desdém acontece, em grande parte, pela total inépcia da oposição dos chamados partidos do poder. O debate parlamentar de hoje mais uma vez o provou. Numa tentativa de fugir às insinuações do 1º ministro, de que os partidos de direita andavam a reboque dos sindicatos e dos comunistas, tornaram-se confrangedoras as intervenções do PSD e do CDS, ignorando grosseiramente as atenções e esperanças que muitos legitimamente depositavam neles, falando de assuntos absolutamente marginais à actualidade política. Mais uma vez foram derrotados em toda a linha por José Sócrates, que já nem precisa de se esforçar muito para sair mais emproado com a humilhação dos seus mais directos adversários.

Para uma camada cada vez mais vasta da população as alternativas no espectro partidário actual não são muitas, ou enveredam pelo radicalismo de esquerda ou engrossam as fileiras da abstenção. As recentes sondagens apontam inexoravelmente nesta direcção e isto certamente não será bom para o futuro do país.

domingo, fevereiro 17, 2008

O HOMEM 'FAZ-PEITO': José Pinto de Sousa (vulgo Sócrates) deve ser o homem mais previsível à face da terra. Ninguém duvidava de quais seriam as suas declarações após o encontro com os professores socialistas: mostrar-se obstinado na prossecução da sua política de total amesquinhamento desta classe profissional.

Pode-se perguntar o porquê da farsa desta reunião? Julgo que a resposta também é óbvia. Neste mundo do faz-de-conta, importa mostrar que se auscultam as bases sectoriais do partido e que o rumo seguido tem em conta o sentir profundo das mesmas. Nada mais falso! José Pinto de Sousa quer apenas fazer o boneco de que é firme, de que nada o demove, muito menos uma corporação.

É fácil fazer esta caricatura de firmeza, quando se tem pela frente uma classe muito desunida pela heterogeneidade da sua formação, pela situação precária em que se encontram muitos dos seus membros e pela luta pelas migalhas que este governo atira aos lambe-botas que rastejam na sua pista. Esta amostra de homem 'faz-peito', a fazer lembrar uma personagem da minha infância, um fanfarrão que enchia o peito para imitar o Bruce Lee, desinchou ao mínimo 'sururu' da populaça, bem mais humilde, mas unida, quando saiu à rua por causa do encerramento de urgências.

Aí mostrou-se sensível aos protestos!