domingo, janeiro 30, 2005

DESNORTE (2): "O outro candidato tem outros colos. Estes colos sabem bem" (Santana Lopes, a propósito de Sócrates, num comício rodeado por mais de 1000 mulheres).

sábado, janeiro 29, 2005

DESNORTE: A vontade de Santana, à velha maneira estalinista, de que a realidade se molde aos seus desejos, na questão das sondagens; a súplica patética para que o Presidente da República intervenha na questão dos debates e a tentação persecutória de Bagão Félix relativamente a Freitas do Amaral, para além dos epítetos de neofascismo ao BE, revelam um desnorte tumultuoso para os lados da coligação.
Se, relativamente a Santana, isto e muito mais era esperado, face ao desespero de se sentir cada vez mais enterrado nas areias movediças em que caminha, já Bagão Félix desbaratou todo o crédito e a aura que tinha de uma figura sensata e moderada com o acumular de asneiras infantis, principalmente desde a justificação do défice (lembram-se dos recortes dos jornais).

sexta-feira, janeiro 21, 2005

POMPA IMPERIAL: A cerimónia de tomada de posse do presidente dos E.U.A. fez recordar a pompa com que eram coroados os imperadores romanos. Não digo isto numa atitude miserabilista, ou sequer de crítica.
Apenas uma constatação, um sinal dos tempos!

quinta-feira, janeiro 13, 2005

MERGULHO: Foi triste o espectáculo de demagogia barata ensaiado pela oposição (com o PS à cabeça). Apelar aos instintos mais mesquinhos de um povo depauperado e "sedento de sangue" para a sua triste situação, com a agravante da vítima ser um membro de um governo defunto e sem capacidade de reacção, é descer a patamares subterrâneos de baixeza política e moral.
A resposta de Morais Sarmento, imbuída de lamentáveis e cabisbaixas justificações, e as trapalhadas dos seus colegas de governo, a começar pelo primeiro-ministro - que mal vê um microfone à frente, desata numa incontida verborreia em que as palavras o atraiçoam - estiveram ao nível das acusações. Transformaram uma pura jogada de baixa política num caso transcendente que, lamentavelmente, vai produzir efeitos nefastos no futuro.

quinta-feira, janeiro 06, 2005

UFA!: Pois é, finalmente está acabado o tormento que (imagino) deve ser a elaboração das listas de candidatos a deputados. Lidar com todas as sensibilidades, conciliar todos os interesses, mesmo os mais mesquinhos, não deve constituir uma tarefa fácil para um líder partidário, ainda que delegue esse fardo numa comissão ou outro qualquer escudo, para o proteger dos despeitados, das críticas e de toda a injustiça que invariavelmente se comete.
Se a tarefa é reconhecidamente difícil, não compreendo o que poderá levar um líder partidário a complicar tudo aquilo que em si mesmo é já um imbróglio. Assim, se duvidássemos da natureza intrinsecamente tortuosa de Santana Lopes, estas dúvidas ficariam desfeitas com esta história arrevesada do convite e (des)convite a Pôncio Monteiro para a lista de deputados pelo círculo do Porto. A história do cartaz, que Cavaco Silva rejeitou, também é um bom exemplo da fatalidade que parece envolver este ainda primeiro-ministro, que se coloca a jeito para que tudo lhe caia em cima. Embora, também não se deva minimizar a irresponsabilidade e incompetência de toda aquela gente que o rodeia: como Miguel Relvas e Rui Gomes da Silva.
O PS, apesar de menos desastrado, não deixou de transpirar oportunismos e outras coisas que não prenunciam nada de bom. Os casos foram minimizados. Todavia, também não consigo perceber, por exemplo, a que propósito é que uma senhora como Matilde Sousa Franco (apesar de respeitável) vai encabeçar a lista por Coimbra... O afã de respeitar as quotas de inclusão de mulheres em lugares elegíveis é daquelas coisas que me fazem temer o pior no futuro. Não pelas mulheres em si, mas pela vontade inelutável de agir da forma mais politicamente correcta. Esta maneira de estar na política deu aquilo que todos sabemos no tempo de Guterres e só podemos recear o pior.